A incrível Lenda da Cobra

História das Missões

A incrível Lenda da Cobra

História das Missões

Em uma bela manhã, os alunos do quinto ano das escolas São Luiz Gonzaga e São Miguel realizam uma visita à região das Missões. A saída foi no município de Cândido Godói, passando pelo Rio Ijuí, até chegarmos à cidade de São Miguel das Missões, onde visitamos as antigas ruínas das Missões jesuíticas e guaranis. A visão, ao longe das ruínas, foi impressionante! A mesma imagem vista no livro de história. Entendemos pela maquete, a magnitude do aldeamento na época das Missões.

A cruz missioneira, com dois braços, que ficava em cada canto da praça, que vista ao contrário, lembra uma espada templária, foi motivo de fé da turma, pois, diz a lenda, que ao encostar nela, faz-se um pedido.

Seguimos até as ruínas da antiga igreja (que levou 16 anos para ser construída), com suas paredes duplas e largas, construídas com pedras grês, trazidas à 18 km de distância, pesavam em média 100 kg, cortadas simetricamente. Havia escadarias até o alto da igreja, para ter visão ampla da redução, bem como uma proteção contra possíveis invasões. No alto da torre, ainda há gárgulas visíveis para o escoamento da água da chuva. Ainda há vestígios das esculturas em pedra da flor de maracujá, que representa o amor de Cristo. A igreja sofreu com incêndio, um na época missioneira, causada pelos guaranis da redução de Santo Ângelo, e outra, pós-guerra, causada por um raio.

Ao lado esquerdo ficava, o cemitério, dividido por pés de laranjeiras, em 4 partes: meninos, homens, meninas e mulheres. Os padres jesuítas eram enterrados no subsolo da igreja. Na sequência, ficava o paraguaçu, onde ficavam as mulheres viúvas, donzelas e órfãos.

Já ao lado direito, havia a casa dos padres jesuítas, a cozinha, o refeitório, a prisão (cantinho do pensamento), adega dos vinhos, armazém de alimentos, a escola. Mais à direita, um espaço para receber os hóspedes de passagem (podiam ficar até 3 dias). Aos fundos da igreja, ficava a Quinta, a produção de frutas, hortas, gado, chás, plantação mandioca, batata, feijão, milho, algodão, abóbora e famosa erva-mate.

Os jesuítas encontraram nas pedras arenito minério de ferro, criando assim, a extração de ferro e produção de ferramentas e armas com ferro. Ainda é possível observar o relógio do sol, construído com pedras e ferro.

O mais impressionante foi a lenda da cobra:

“Reza a lenda que nos períodos da guerra guaranítica, os indígenas se esconderam na floresta enquanto os homens iam às batalhas. Um dia, um grupo retornou à aldeia e, repentinamente, ouviram o sino bater. Foram à igreja, mas não encontraram ninguém. Perceberam que uma criança havia desaparecido. Procuraram e não encontraram. Mas, viram uma cobra gigantesca pendurada nas cordas do sino. O Tupã, Deus dos indígenas, ficou furioso com a perda da criança, criou uma tempestade, onde um raio atingiu a cobra, que explodiu e seu sangue e sua gordura escorreram pelas paredes da torre da igreja. Até hoje é possível ver as marcas nas paredes”.

Visitamos ainda as estátuas de Santos esculpido em madeira e pintado, guardados no museu. Foi possível comprar artesanato dos indígenas que lá estavam, como arco e flecha, pulseiras, brincos, filtro dos sonhos, apitos de bambus, espadas e animais esculpidos em madeira.

A visita às ruínas das Missões de São Miguel das Missões, que fazem parte dos 7 Povos das Missões e fundadas em 1682, chegaram a ter 6.000 indígenas aldeados, e sofreram com a Guerra Guaranítica (1753-1756), terminou com o massacre dos índios na batalha de Caoboaté, será um dos roteiros inesquecíveis dessa turma.

A próxima parada da nossa viagem foi em Santo Ângelo, na Catedral Angelopolitana, onde foi possível conhecer a igreja que tem sua arquitetura baseada nas ruinas de São Miguel, sendo Santo Ângelo um dos 7 povos missioneiros, é possível encontrar diversos vestígios das antigas construções jesuíticas no local. Assim, foi possível resgatar e conhecer um pouco mais do que foi vivido pelos antepassados numa região tão próxima a nós.

Após essa visitação, fomos conhecer o museu da cidade que estava repleto de objetos antigos pertencentes aos indígenas, dentre eles uma urna funerária, flechas e ainda outros instrumentos dos antigos moradores da cidade, que permanecem preservados para todos aprenderem sobre sua história e assim manter a cultura. Ainda tivemos oportunidade nesse dia de conhecer o Museu do Cinema, onde são mantidos diversos objetos e equipamentos referentes ao cinema, mostrando toda a evolução e desenvolvimento do mesmo na região.

Essa parada na cidade de Santo Ângelo despertou muito interesse em todos nós, já que foi possível ver e conhecer um pouco mais sobre o passado do nosso Rio Grande do Sul. Assim podemos dizer que essa viagem foi fantástica e especial, possibilitando conhecer os lugares que estamos estudando e assim entender mais sobre a história do lugar em que vivemos. Levaremos essa viagem para sempre em nossas memórias.